domingo, 16 de novembro de 2008

Barragem de Fridão - consequências negativas para Amarante

 PNBEPH - Barragem de Fridão 
Consequências negativas para Amarante
O fantasma da construção da barragem de Fridão paira sobre Amarante.

O projecto hidroeléctrico prevê a sua instalação a cerca de 12 quilómetros a montante do centro urbano de Amarante, o que a confirmar-se trará prejuízos irreparáveis no património paisagístico da cidade e destruirá permanentemente o ex-libris, envolvente das margens e as pequenas ilhas ou ínsuas existentes próximas da ponte de S. Gonçalo.

Diminuirá de forma irreversível a corrente da água, provocando uma estagnação das mesmas, o que contribui para a sua degradação e até para a própria qualidade de vida das populações, que vivem próximo da zona ribeirinha.

Com a água estagnada, será desencadeado um processo de eutrofização, o que originará no aparecimento de algas, algumas das quais com níveis de toxicidade, espécies piscícolas serão gravemente afectadas, e o seu desaparecimento uma certeza, subsistirá espécies exóticas, os ecossistemas existentes serão extintos.

Como se não basta a possível construção da barragem de Fridão, encontra-se também na "calha", a edificação de um açude a jusante para tentar restabelecer a circulação da água, mas que será insuficiente para manter viva a fauna e a flora.

Até mesmo a cota da barragem do Torrão poderá subir, com a implantação deste projecto hidroeléctrico o que acarretará ainda mais pesadas consequências, na água que atravessará a cidade, pela sua falta de oxigenação.

O referido empreendimento hidroeléctrico prevê o armazenamento de cerca de 200 mil milhões de metros cúbicos de água, ultrapassando em mais do dobro a água que actualmente comporta a barragem de Torrão.

No Plano Nacional Hidroeléctrico Foz Tua, Fridão e Vidago são os empreendimentos hidroeléctricos prioritários, o seu conjunto representa 487 megawatts, que representa cerca de 10% da energia eléctrica produzida em Portugal.

É por isso de vital importância toda a Sociedade Civil Amarantina mobilizar-se para lutarem contra a construção da Barragem de Fridão.

E até mesmo quem já visitou ou conhece Amarante, e passeou nas suas margens, ou visitou belos lugares frondosos de árvores, situadas na sua proximidade e viu o enquadramento paisagístico e arquitectónico proporcionado por aquelas imagina com certeza o que irá suceder com a existência de uma barragem a poucos quilómetros do centro de Amarante.

Voltarei em próximos artigos a abordar esta problemática indicada.


Carlos Portela, in Carlos Portela-Blogue - 16 de Novembro de 2008

Sem comentários: